Analisando a existência, fico pensando que na verdade somos
uma compilação de várias pessoas que fomos no decorrer da vida... Em cada
idade, em casa ocasião, em cada estrada, em cada convivência, em cada
circunstância, em cada relacionamento, em cada pensamento, em cada atitude, em
cada dor, em cada alegria...
E quando queremos lembrar de cada uma dessas pessoas,
desejamos sê-la de novo, ou não...
Hoje eu quero ser quem eu fui quando ouvia Beto Guedes...quando o tempo dos sonhos
habitava numa geração que não tinha medo de enfrentar as lutas com disposição ,
que lia artigos interessantes, tempo em que se escreviam “músicas”, quando tínhamos o
cheiro da natureza em nós , quando ser o que se é , era o mais importante,
quando tínhamos o nosso estilo, não éramos feitos como em série... Nas fotografias
cada um tinha um rosto e uma característica. Dói-me dizer e sentir, que a
essência está se distanciando dos seres humanos, hoje robóticos. Só tenho que
agradecer a Deus por ter me permitido viver a minha “compilação” com experiências
eternas, onde sentir e entender o valor das coisas mais simples era o mais importante.
(por marly burity dialectaquiz)
AMOR DE ÍNDIO (Beto Guedes)
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado